Fala pelos cotovelos,não sai à tia. Nonô porque não foste para a escola? Nonô:porque vim para aqui. A sobrinha veio cá para casa porque estava com tosse. Ainda não a ouvi tossir. Já me pôs o creme no corpo depois do meu banho,quando fui lavar os dentes veio me ver . Vou para a sala ou para o quarto ela vem atraz. Nunca me sinto sozinha, farto de me rir com as coisas que ela diz. Faz desenhos,depois brinca com os bonecos e fazenos puzzles. Tão bom.

Já não me vem as lágrimas aos olhos, já passou duas semanas que tomo os anti-depressivos. Mas, tenho pouca paciência para encarar certas coisas do dia a dia. Daqui a um mês,pode ser que me interesse por coisas novas. Pode ser que com o verão eu fique diferente.

Estava um dia tão lindo e à tardinha começou a chover. E o frio que se pôs?

Pois é,o falecido quer ressuscitar. Ora vou começar pelo princípio. O Falecido e eu separamo-nos a 15 de 2011, fez cinco anos na semana passada que eu dei o passo de sair de casa. Pois à dois fins de semana o Falecido quis falar comigo. Falamos de muita coisa que não falamos na altura da separação. Queria que nos dessemos melhor em prol do nosso filho. Claro que é bom para o Boy nós não discutirmos,mas esta conversa trazia água no bico. Então o excelentíssimo Falecido queria que fossemos de vez em quando beber um café. Eu respondi-lhe que a namorada dele não iria gostar, ele respondeu me que iria acabar com ela pois estava com ela por conveniência. Eu sei qual é a conveniência dele,veio apalpar terreno. Também já me perguntou se eu não queria tentar uma vez mais, para mim não dá,porque eu já deixei de gostar dele à muito tempo. No próximo mês o Boy faz anos e o falecido queria que eu fosse jantar com ele e o nosso filho. Epá,para mim há limites,uma coisa é darmos-nos bem outra coisa é fazer de conta que somos a família feliz,por amor de Deus. Passado este tempo, eu continuo sosinha como pretendo, o Boy feliz como sempre e o Falecido com a namorada de conveniência. (namorada por conveniência - pau para toda a obra ex: Cozinheira,mulher a dias,rameira)

Este fim de semana resolvi afastar-me um pouco daqui. O fim de semana foi calmo e ontem tive a família reunida como é habitual na páscoa. Os miúdos andavam eufóricos de se verem uns aos outros, uma alegria que só visto. O almoço foi borrego com batatas no forno,arroz, salada,estava divinal. Uma das minhas irmãs fez os doces, tarte de limão e merengue em cima,o outro era de chocolate com queijo mascarpone, e natas,muito bom. Agora que a páscoa já passou, que os dias já vão ser mais longos,anseio pelo verão para deixar os casacos e botas no armário.

Nada como um dia de sol. Fomos ao parque, eu e o Boy . Já não se acanha em enturmar-se com os outros miúdos,pede para jogar à bola e não tem vergonha. Agora, já reparei que o pirralho gosta de mandar nos outros, do genero :tu fazes assim eu faço assado, deve ser a personalidade que se está a moldar.

Primeiro dia de férias do Boy e não vou conseguir leva-lo a nenhum lado para passear. As finanças andam curtas e todos os euros são poucos. Hoje é mais um dia de apresentação no centro de emprego. Ando a sobreviver,espero encontrar algum trabalho o mais breve possível. Isto por aqui anda um pouco chato.

O meu pai foi sempre um pai presente. Foi muito cuidadoso comigo. Sempre com medo que eu me magoa-se com tudo e mais alguma coisa. Não era de andar aos abraços e beijinhos,mas brincava connosco. Quando eu e as minhas irmãs eramos pequenas ,o nosso pai pegava nos as três ao colo,era uma alegria. Enquanto fui filha única ele levava-me ao café todos os sábados e de vez em quando comprava-me um pacote de sugos que durava para a semana . Todos os natais íamos à festa de natal do trabalho dele e almoçavamos sempre no restaurante. Para nós era a melhor coisa que ele podia nos dar. Também se zangava com minhoquices ,não podia ouvir rizinhos e gritos no nosso quarto,quando estava a ver televisão. Não podiamos correr dentro de casa, gritar,falar alto porque as outras pessoas ouviam na rua o que estávamos a falar. Sempre com medo do que os outros pudessem pensar mal de nós. Não é perfeito, mas é o meu pai.

Faz hoje 38 anos que os meus pais se casaram. Eu: Mãe tu e o pai fazem anos de casados! Tu deste-lhe os parabéns? Mãe:não, eu não lhe dou presente nenhum. Eu:qual presente,eu disse os parabéns. Mãe: Olha nem eu nem ele nos lembramos que fazíamos anos de casados.

E o dia? Hoje o meu começou bem. Antes de começar a chover com mais intensidade levei o Boy à escola, mas primeiro fomos ao Lidl. Como hoje é o último dia de escola tinha que levar um bolo ,comprei lhe uma torta e um ice tea, um dia não são dias. Veio todo animado que a professora de inglês deu-lhe 95% em leitura e 90% na escrita. Espero que o resto das notas sejam boas. Sim, eu sou exigente com ele. Mas agora como vai entrar de férias,eu vou baixar a guarda. Tenho que o ocupar durante estes dias que vai estar comigo.