Ontem não estive bem. Vieste-me à memória,o dia todo. Mas no fim do dia piorou, ao ponto de estar a finalizar a venda e as lagrimas me escorrerem pelo rosto e pedir desculpa à cliente pelo simples facto de ela me ter dito que o pai estava no hospital.

E saber que tu fostes ao hospital e não voltaste.

Tenho de andar sempre em cima do Boy. Pimeiro teste foi o de matemática assinei-o hoje, estava com receio da minha reação não me deu ontem, teve um satisfaz pouco.

Dei-lhe logo o recado, se não levanta-se a nota e me aparecesse com negativas no fim do periodo estaria de castigo ate ao fim do ano letivo. O mal dele é que diz que sabe,sabe sempre tudo e depois não há resultados satisfatórios.

O telemóvel para ele é um brinquedo, em que passa mais tempo a ver videos no you tube do que a comunicar. Posto isto o telemóvel será lhe retirado até perceber que tem de se aplicar na escola.

Porque quem manda aqui sou eu.

As férias já acabaram. Das outras vezes estava mais entusiasmada por voltar ao trabalho, mas desta vez não me sinto com vontade.

Hoje sinto-me deprimida, sem vontade para nada. Vem me sempre à memória o meu pai, deve ser por isso que o dia hoje está assim. 

Apetecia-me sair daqui, ir ver outros sitios , outras caras. Apetecia-me desaparecer.

Está a custar.

O meu é no Baixo Alentejo, em Aljustrel.É aqui que eu descanso de tudo o que me vai na cabeça, as preocupações da vida. Vou ali para o castelo de Nossa Senhora que fica no ponto mais alto da vila de Aljustrel.

É um sossego ,sou só eu e a paisagem.

Gosto de estar aqui, sozinha. Não foi o caso porque desta vez trouxe a sobrinha. Como veio de ferias tenho de a entreter.

Sao só três dias mas dá para espairecer.

Da primeira vez não correu muito bem. Não sei se foram os nervos, se foi a minha fobia pelas agulhas, o que é certo é que eu ía desmaiando naquela cadeira.

Ontem fui mais calma, os médicos e enfermeiras foram mais simpáticos e prestáveis, para mim faz toda a difença.

Ontem finalmente me inscrevi como dadora de medula ossea.

Epá, já que estava lá de bracinho estendido também fiz a minha doação de sangue. 😆😆 E sinto-me tão bem comigo mesma. 

Já tinha feito a minha doação de sangue quando a minha irmã recebeu sangue e pediram-lhe para que amigos e familiares doassem sangue. 

O doutor foi um espetáculo sempre a perguntar se me sentia bem. E as auxiliares também sempre preocupadas comigo. Ainda recebi elogios pela minha simpatia, eu sei que sou.😊

E vou-vos dizer que tudo isto aconteceu porque a mana da minha amiga  a m-M precisa de dadores de medula ossea. Infelizmente está na lista de espera e quando se encontrar uma pessoa compativel com a mana da m-M essa pessoa vai-lhe doar a medula ossea. 

Contei esta história aos médicos e as lágrimas vieram-me aos olhos. ( assim como agora)

Portanto queria-vos pedir encarecidamente de fazerem o mesmo. Se não quiserem serem dadores de medula ossea façam de sangue , mas façam.

Carro à duas semanas na oficina, ninguem merece. Queria poder agarrar no carro e ir espairecer as ideias, sozinha.Passo as férias nas arrumações, para onde me viro à sempre alguma coisa para fazer. Parece que vejo os dias a passarem e não faço nada. 

Amanhã vou ao hospital. Não , ninguém da familia está doente. Vou fazer a minha doação de medula ossea. 

Terça rumamos até ao Alentejo, eu e a minha mãe. Como o Boy esta na semana do pai então somos só nós as duas.

Se deus quiser para o ano que vem as férias serão melhores.

Já passou um mês e parece mentira.  Todos os dias penssamos em ti, nós os adultos e os teus netos tambem. 

Tenho levado o teu neto mais velho à escola a pé. E no regresso eu choro, choro porque não aguento a falta que nos fazes, choro no caminho porque não quero faze-lo em frente à mãe, só para ela não chorar também. Mas qualquer coisa que ela faça cá em casa ela lembra-se de ti, quando cozinha os almoços e jantares, quando faz cama de lavado, em todo lado estás presente.

Foram quarenta anos de casamento, não se esquece o amor de uma vida. 

Vamos-nos recordar sempre de ti.

Se calhar devia largar o Boy a caminho da escola, perto de um pinhal e ele que se desenrrasca-se sozinho. 

Nunca na vida, tenho dito.

Isto foi o que eu presenciei a caminho da escola. Uma senhora que largou um miudo perto do pinhal. Eu sei que o caminho está perto de uns prédios ,mas para mim isso não justifica o acto.

Mil vezes chamarem-me de mãe protetora do que largar o meu filho assim na estrada.

Tenham vergonha. Isto é a mesma coisa que fazem com os animais. Se já fico chocada com os animais , ainda fico mais chocada por larguarem os miudos na beira da estrada. 

Era a mãe dele? Era mãe do colega do filho? Não sei. O que eu sei é que ela larga o miudo na beira da estrada e supondo que aparece um pedofilo e leva o miudo. Esta gente não pensa, isto dá-me cá uns "fornicoques"