Confesso que não tenho tido paciência para escrever. As minhas outras redes sociais neste momento atrem-me mais do que estar aqui a escrever. Também estar aqui a falar da minha monotonia de vida, entristece-me. O aniversário do blog e o do Boy passaram e eu não vos disse nada. Sim já fez 14 anos.

Passou se tanta coisa nestes 10 anos de separação e sinto que não fiz nada de relevante na minha vida. Não tenho trabalho, não tenho casa própria, continuo assim mais velha e sem rumo de vida. Ando sozinha, porque cada um tem a sua vida e o Boy já nao me acompanha em quase nada.

Pronto e é isto, não achem que me estou a lamentar porque não estou. Tenho saúde, tecto e comida na mesa portanto estou bem. Só queria que soubessem que estamos bem. 

E depois de 4 dias de descanso em casa volto ao local de trabalho. Não apetece, não quero ir para lá. Sinto-me a arrastar, sem ânimo, só apetece ficar na cama sem ver ninguém. Não tenho paciência para aturar clientes, nem colegas. 

Só de saber que vou sair tarde esta semana por estar no turno da noite, ainda me dá menos vontade.

Só me apetece desaparecer. 

As coisas não andam bem, por tudo e por nada entramos em conflitos. Se faço é porque não é à maneira dela(mãe) se não faço é porque não faço. Maldita hora que lhe fiz a pagina do facebook para vender os gorros. Agora volta volta e meia está sempre a perguntar o que fulano ou beltrano postou.

As maravilhas de me ter separado e ter voltado pra casa dos pais.

Estava eu sentada no banco à espera do comboio e em frente estava uma mãe com dois filhos uma menina e um menino ambos tinham um tablet.

O boy sempre me disse que queria ter um porque sempre que tem uma coisa no lado do pai também gosta de ter no lado da mãe.

Já lhe disse que tablet só se for de chocolate.

Tenho primeiro que ter um cantinho só para nós porque não podemos ficar na casa dos meus pais eternamente.

voltando à mãe e os seus filhos eu não tenho inveja e não condeno o facto da senhora ter conseguido dar aos dois filhos dois tablets.

Cada pessoa anseia o que quer, eu anseio pouco. Fico triste em uns poderem dar coisas aos seus filhos e outros não conseguirem dar o básico como  uma casa.

É pouca coisa  que anseio, só o  básico para ser feliz e presentemente não sou.

Se vivo um dia de cada vez?

Não, eu acho  que sobrevivo, sem motivação e sem alegria.

Sinto que o que dou é sempre pouco, nunca chega.

Sinto uma solidão enorme, sinto falta de alguém, alguém que queira partilhar comigo todas as tristezas e todas as alegrias.

Sejamos francos o boy faz me companhia mas não é a mesma coisa.

Se vocês me conhecessem e olhassem para mim diziam que sou uma mulher triste sem ambições e sem perspectiva de alguma coisa.

Sim é assim que eu sou.